"O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente". (Texto budista)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Divagações de uma Professora...


Queridos amigos e pessoal que acompanha esse espaço, venho compartilhar com vocês um presente lindo que recebi de uma amiga, em uma de minhas redes sociais. Tocou-me a alma profundamente, pois em meu trabalho diário, muitas vezes não percebo e não me dou conta da grandiosidade e do alcance do mesmo. Abracei a carreira de professora com todo o amor e carinho desse mundo. Semeio e rego todos os dias jovens e crianças, preparando-os para transformar esse mundo...

E nessa correria atrelada do tempo-ação não me dou conta de quantas pessoas estão vibrando nessa sintonia. De quantas pessoas estão acompanhando todo esse processo. Não trabalho com máquinas, com coisas, com seres inanimados, ao contrário: LIDO COM GENTE... COM PESSOAS... COM SERES... COM DIVINDADES...

Essa homenagem da querida Larrívia, levou-me a fazer uma reflexão pedagógica e uma reflexão humana: QUE BOM QUE ESCOLHI ESSA PROFISSÃO!!!

Sinto-me extremamente feliz e realizada. E venho humildemente, agradecer aos amigos e as pessoas que acompanham uma trajetória de 13 anos que iniciou num Centro de Educação Infantil. Passou pela EJA (Educação de Jovens e Adultos) desde o Primeiro Segmento (primeira a quarta série) até o segundo segmento (quinta a oitava série). Ainda galgou o SESI Educação – Educação do Trabalhador (todas as disciplinas do ensino médio, aff... a física me desafiou... rsrsrsrsrs). Algum tempinho também, realizando serviços de secretaria e biblioteca. Percorreu todas as séries iniciais do ensino fundamental. E também, a disciplina, que ano que vem, me graduo: Geografia!

Relembrar essa história me faz acreditar cada vez no grande potencial humano que envolve o trabalho de um professor. Recordo-me de cada lugarzinho que pisei... de cada sala de aula, de cada espaço que foi meu e de olhos sedentos por aprender. Mal sabiam que, aprendi muito mais com eles e aprendo todos os dias.

Um lindo filme passa na cabeça... aulas no interior... trabalhar sessenta horas (sim! já fiz essa loucuraaaaaa... rsrsrsrsrs) Acordar durante dois anos, quatro e meia para dar aula em outras cidades... Aff, é muita história para lembrar e compartilhar, que seria capaz de passar um dia e uma noite escrevendo para relatar... E ao final de tudo isso, ver que valeu e que VALE A PENA...

Quem me conhece sabe que sou APAIXONADAAAAA pelo que faço e que todos os dias não acordo para trabalhar: acordo para divertir-me, aprender e plantar sementes do amanhã!

GRATIDÃO ETERNA A TODOS QUE ME INCENTIVAM E VIBRAM COMIGO NESSA VIBE MAJESTOSA E DIVINA QUE É A PROFISSÃO DE PROFESSOR, DE EDUCADOR... Se eu passar, digamos, mais 200 anos fazendo isso, serão mais 200 anos de completo estado de felicidade...

Larrívia, minha querida... obrigada pelo vídeo, obrigada por trazer à tona tantas recordações significativas para mim.

Compartilho com vocês o vídeo, deixando um beijo no coração de cada um.

Paz, sempre Paz...

Prof. Jeana Andréa

"O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente".
(Texto budista)

domingo, 1 de maio de 2011

Educação, Amor e Vida...

Imagem retirada do site: http://ana-amorpelaeducacao.blogspot.com/

Vivemos em uma sociedade que avança tecnologicamente, mas retrocede em termos sociais na mesma velocidade. Sociedade onde o pensamento está massificado, o consumo se tornou uma droga coletiva, ocupando excessivamente a inteligência e a sensibilidade humana.

Um mundo onde as pessoas não aprendem a se interiorizar, a se repensar, a trabalhar suas perdas e frustrações, a superar seus ‘invernos’ existenciais, a se colocar no lugar do outro, a conviver com amor por si e pelo outro. Onde as relações sociais, políticas e econômicas se deterioram cotidianamente. ‘O mundo atual é muitas vezes, um mundo de violência que se opõe a esperança. ’ (UNESCO – Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI)

O homem atual tem a imensa e urgente tarefa de ‘re’ significar o viver com ética, responsabilidade e amorosidade, qualidades fundamentais para a construção de um Novo Mundo, de novas práticas sociais, onde existam o respeito, a solidariedade, o amor e a alegria de viver.

Buscaglia, em seu livro intitulado: ‘Vivendo, amando e aprendendo’ define que o amor e a vida são indissociáveis: ‘... definir o amor, a única palavra bastante grande para englobar tudo, seria ‘vida’. O amor é a vida em todos os seus aspectos. E se deixar de ter amor, deixa de ter vida. ’ (1998:23)

Há anos que psicólogos, sociólogos e antropólogos defendem a tese, que o amor se aprende. Não é algo que acontece espontaneamente. No entanto, acredito que seja, pois temos tantas inibições quando se trata de relacionamentos humanos. (?)

Afinal, quem nos ensina a amar?

Os pais são os primeiros mestres a ensinar a amar, mas nem sempre são os melhores. Os filhos se criam esperando que os pais sejam perfeitos e ficam muitas vezes desapontados, desiludidos e até zangados quando descobrem que esses seres humanos não são perfeitos. A história se constrói e quando ficam adultos, descobrem que aquele homem e aquela mulher são seres humanos normais, como todos, com suas inibições, conceitos errados, ternura, alegria, tristeza, lágrimas, aceitando que são apenas seres humanos tentando acertar.

O importante é que de fato aprendemos o amor com essas pessoas e, com a sociedade podemos desaprendê-lo e reaprendê-lo, portanto ainda há esperança para todos. Mas, em algum ponto é preciso aprender a amar e ter coragem de espalhar esse amor, libertando-o de dentro de casa ser.

Atualmente a educação concentra-se na construção do conhecimento e no desenvolvimento das potencialidades do indivíduo. Está funcionando muito no que se refere à Alfabetização, Matemática e outras ciências. Mas está fracassando tristemente quando se trata de ensinar as crianças a serem seres humanos, ‘... estamos enchendo as pessoas de fatos e nos esquecendo de que são pessoas, seres humanos.’ (Buscaglia, 1998: 23)

As escolas deveriam ser os lugares mais alegres do mundo, porque cada vez que aprendemos algo, passamos a ser um ser novo. O que está faltando é afeto. As escolas, hoje estão mais preocupadas com conceitos e conteúdos e estão se transformando em lugares sem, alegria nem pensamento que estão estrangulando as crianças e destruindo a criatividade e alegria delas.

Buscaglia afirma que, se o professor não gostar de trabalhar com ‘garotinhos’, deveria dar o fora do magistério, pois corre o risco de matar os garotos em tenra idade, como se fosse uma morte em vida. Eu particularmente compartilho da mesma idéia dele.

A sociedade prepara professores o tempo todo e lança-os como belos seres humanos nas salas de aula. Esses professores por sua vez, ficam andando diante da sala e falando a maior parte do tempo, acreditando na errônea idéia de que se está ensinando alguma coisa. O novo desafio do professor é ser ENTUSIASTA (adoro essa palavra... rsrsrsrs), compreender-se e apresentar aos outros de modo que as pessoas aprendam para si e para os outros, pois, ninguém ensina ninguém, aprendemos nas relações que estabelecemos com os outros. Somos todos aprendentes.

A educação está fracassando porque não está ajudando os professores a largarem o papel de mestres e se tornarem seres humanos, possuidores de afeto, de amor e de vida para compartilharem isso com as crianças, pois: ‘... só podemos dar aquilo que possuímos, de modo que é bom começar a conseguir alguma coisa. (...) quer ser o indivíduo mais instruído, o mais brilhante, o mais empolgante, o mais criativo do mundo. Pois aí pode dar tudo isso e o único motivo para possuir alguma coisa é dá-la. ’ (Buscaglia, 1998: 26)

Se o educador tiver conhecimento vasto e interminável, pode oferecer isso aos educandos. O mesmo acontece com o AMOR.

Na nova visão de realidade já não cabe mais o ser humano mecânico e formatado, seguidor de normas imutáveis. Já não cabe o fazedor, tarefeiro, submisso, executor de técnicas e métodos embasados em conteúdos lineares, os quais proporcionam atividades desumanas. Urge o desenvolvimento de um ser humano mais conectado a si, mais solidário e com maior grau de fraternidade. Um Ser Humano que se aceita, que se respeita e que, por isso, aceita e respeita o outro em seu espaço de convivência.

Torna-se cada vez mais necessário, ACREDITAR NA VIDA e isso implica: ‘... acreditar no ser humano em constante mutação construtiva e isso exige o rompimento dos velhos paradigmas, que se supunham dando conta do processo do conhecimento. Necessitamos de um caminhar, onde a criação de melhores e diferentes contextos de aprendizagem esteja profundamente comprometida com um viver mais digno e qualitativo. O belo que se pré escreve é a intensa interação construtiva de seres humanos, assumindo prazerosamente o compromisso de estar vivo. ‘ (Strieder)

Percebo que, ao educador cabe por em prática procedimentos embasados em valores humanos que contemplem a construção do conhecimento, o desenvolvimento do potencial humano e a vivência em valores humanos universais, como o afeto, a solidariedade, o amor e porque não dizer: A VIDA EM TODOS OS SEUS ASPECTOS.

Acredito ser esse o rumo que a educação deve sempre trilhar. Essa é a minha bandeira, esse é o meu exemplo. De alguma forma, nossos educandos espelham-se em nós. Sejamos sempre o exemplo de amor a vida e ao ser humano.

É justamente aí que me refiro sempre.

Abraços... Paz, sempre Paz.

Prof. Jeana Andréa.

(assistam ao vídeo... é maravilhoso e nos serve de exemplo...)