Queridos amigos, o texto que trago hoje, toca-me a alma, sempre que o leio.
Mas, antes do texto, vamos delimitar alguns conceitos importantes e imprescindíveis.
Portadores de deficiência: São pessoas que possuem – em caráter temporário, intermitente ou permanente – necessidades especiais decorrentes de sua condição atípica e que, por essa razão, enfrentam barreiras para fazer parte da sociedade, com oportunidades iguais à maioria da população. As deficiências podem ser:
1 – Deficiência mental, física, auditiva, visual ou múltipla.
2 – Autismo.
3 – Dificuldades de aprendizagem.
4 – Insuficiências orgânicas.
5 – Déficit de atenção (com ou sem hiperatividade).
6 – Distúrbios emocionais.
7 – Transtornos mentais (ai incluí-se paralisia cerebral, síndrome de down, etc.).
Essas deficiências podem ter causas genéticas ou acidentais. Dentro desse contexto, geram-se duas classes: os que nasceram com determinadas deficiências e necessitam aprender a utilizar capacidades que dispõem e aqueles que tinham habilidades normais e perderam em decorrência de um acidente ou enfermidade e precisam ‘re’ aprender a viver em sociedade em detrimento as habilidades perdidas.
Integração e Inclusão: O termo integração remonta as décadas de 60 e 70 quando era baseada no ‘modelo médico’, cuja proposta visava modificar (habilitar, reabilitar, educar) a pessoa com deficiência, para torná-la apta a satisfazer os padrões aceitos no meio social. Já a prática de inclusão, iniciou na década de 80 e consolidou-se nos anos 90, seguindo o modelo social, segundo a qual a nossa tarefa é modificar a sociedade para torná-la capaz de acolher todas as pessoas que, uma vez incluídas nessa sociedade em modificação, poderão ser atendidas em suas deficiências comuns e/ou especiais.
Dessa forma, integrar significa adaptar-se, acomodar-se, incorporar-se. Não é a melhor palavra porque se presume tratar-se de uma reunião de grupos diferentes. Reflete sempre uma ação do portador de deficiência para ‘tentar adaptar-se, incorporar-se, acomodar-se’. O mesmo não ocorre com a inclusão, já que significa envolver, fazer parte, pertencer. Representa uma ação da sociedade que vem envolver parte dessa mesma sociedade que está excluída por falta de condições adequadas. Significa trazer para dentro de um conjunto alguém que faz parte dela.
Vejam bem, meus queridos amigos, não se trata apenas, de uma mera troca de verbos, mas de um novo olhar sobre o portador de deficiência, como sendo alguém que cabe no ‘nós’, no ‘todos’. No momento em que alcançarmos esse patamar, a naturalidade diante da diversidade, do preconceito e da segregação será uma realidade. Como sempre me diz uma amiga querida: ‘Diferentes sim, nunca desiguais.
Posto isso, deixo a vocês o texto muito interessante que, segundo o site www.defnet.org, foi extraído de uma home page da Cerebral Palsy Association of Wstern Austrália Ltd., e traduzido pela Drª Monica Avila de Carvalho, mãe de Manuela, em Cambuquira, MG, em 30/12/95. Espero que apreciem. Boa leitura:
BEM VINDO À HOLANDA
‘Freqüentemente sou solicitada a descrever a experiência de dar à luz a uma criança com deficiência. Uma tentativa de ajudar pessoas que não tem com quem compartilhar essa experiência única, a entendê-la e imaginar como é vivenciá-la.
Seria como...
Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias para a Itália! Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu... O Davi de Michelangelo! As gôndolas de Veneza! Você pode até aprender algumas frases em italiano. É tudo muito excitante.
Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma suas malas e embarca. Algumas horas depois você aterrissa. O comissário de bordo chega e diz:
-"Bem vindo à Holanda."
-"Holanda!?!" - diz você. -"O que quer dizer com Holanda ? Eu escolhi a Itália! Eu devia ter conhecido a Itália. Toda minha vida eu sonhei conhecer a Itália.
Mas houve uma mudança no plano de vôo. Eles aterrissaram na Holanda e é lá que você deve ficar.
A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível, desagradável, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente.
Logo, você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes.
É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália, mas após alguns minutos você pode respirar fundo e olhar ao redor, começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrants e Van Goghs.
Mas todos que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália, estão sempre comentando sobre o tempo maravilhoso que passaram lá. E por toda a sua vida você dirá: -"Sim, era onde eu deveria estar, era tudo que eu havia planejado."
E a dor que isso causa nunca, nunca irá embora, porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa.
Porém, se você passar a sua vida remoendo o fato de não ter chegado à Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais sobre a Holanda.’
Seria como...
Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias para a Itália! Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu... O Davi de Michelangelo! As gôndolas de Veneza! Você pode até aprender algumas frases em italiano. É tudo muito excitante.
Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma suas malas e embarca. Algumas horas depois você aterrissa. O comissário de bordo chega e diz:
-"Bem vindo à Holanda."
-"Holanda!?!" - diz você. -"O que quer dizer com Holanda ? Eu escolhi a Itália! Eu devia ter conhecido a Itália. Toda minha vida eu sonhei conhecer a Itália.
Mas houve uma mudança no plano de vôo. Eles aterrissaram na Holanda e é lá que você deve ficar.
A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível, desagradável, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente.
Logo, você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes.
É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália, mas após alguns minutos você pode respirar fundo e olhar ao redor, começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrants e Van Goghs.
Mas todos que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália, estão sempre comentando sobre o tempo maravilhoso que passaram lá. E por toda a sua vida você dirá: -"Sim, era onde eu deveria estar, era tudo que eu havia planejado."
E a dor que isso causa nunca, nunca irá embora, porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa.
Porém, se você passar a sua vida remoendo o fato de não ter chegado à Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais sobre a Holanda.’
‘Temos o direito a ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza; temos o direito de sermos diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza’. (Boaventura de Souza Santos)
É isso ai pessoal... ´é aí que sempre me refiro’.
BjoOo grande... Sempre Paz.
Profª Jeana Andréa