Imagem retirada do site: http://www.oceansbridge.com/oil-paintings/product/77606/elvendedordeflores
Compartilho com vocês, um texto maravilhoso que li no período de 62 dias, nos quais nós, professores do estado de Santa Catarina, nos encontrávamos em greve, reivindicando o cumprimento da lei que estabelece o piso do salário nacional para os profissionais da educação. Confesso que foi um dos textos mais lindos e coerentes que li durante toda essa mobilização...
'Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer. ' (Mahatma Gandhi)
'Antes de terminar a primavera, Josué cumpria sempre o mesmo ritual, que no seu entender de homem simples e organizado, era de sua obrigação. Assim como era obrigação do homem do lampião acender todas as noites, pontualmente às sete horas, todos os lampiões da vila. Assim como era obrigação do guarda noturno velar pelos sonhos alheios. Josué era um homem de obrigações, obrigações que lhe foram chegando com os anos vividos… Era também um ser solitário, pois os seus também foram partindo com os anos vividos. E ele ficara sem entender como a solidão se aconchegou em sua alma. Na pequena vila, distante de tudo e de todos, Josué levava uma vida pacata, que mudava quando a primavera estava para acabar, e a presença das flores ainda coloria o vale. Era então chegada à hora de Josué cumprir a sua tarefa, era o momento sublime da vida rotineira e solitária de Josué. O homem então, dentro da sua razão de homem incumbido de algo divino a realizar, esperava ansioso o dia amanhecer, e quando o homem do lampião apagava o último lume, quando o guarda noturno dava seu último apito, Josué saia pelos campos orvalhados pela noite, acompanhado de suas ideias e obrigações, ia colhendo com cuidado todas as flores que encontrava pelo caminho e guardava-as em um saco já bastante surrado pelos anos de uso. Assim, Josué passava o resto do dia, catando flores e mais flores, até o anoitecer. Aí então, ele esperava a vila dormir e o guarda noturno cochilar nas escadarias da igreja (segredo que só Josué conhecia) e saía pelas ruas espalhando as flores colhidas durante o dia… Espalhando-as generosamente nas calçadas, na frente das casas do comércio, na cadeia local, na pequena escolinha, e até mesmo na área de uma casa, que segundo suspeitas dos moradores locais, funcionava um cabaré! O saco aos poucos, ficava vazio, preenchido pelo forte perfume das flores. Quando a vila acordava Josué já estava longe, já não tinha mais obrigações! E o povo da vila mais uma vez despertava com o perfume das flores embriagando suas vidas, e ninguém conseguia descobrir o autor de tão maravilhosa obra. E assim Josué foi enterrado em uma vala comum, na terra úmida e escura. E não me lembro de ter visto algum vaso com flores na sua sepultura! E também nunca mais o povo da vila acordou com o perfume das flores…
Sejamos todos nós, professores, entregadores de flores… Não importa o lugar, não importa quem as receba, nem mesmo se seremos recompensados pelos governos que passarão diante de nossos olhos. O mais importante é que em nossas mãos ficarão os perfumes das flores ofertadas, e os nossos ensinamentos se perpetuarão nos corações dos nossos educandos. ' (AUTOR: Professor Angelo de Souza. Apae de Braço do Norte) O vídeo completa a mensagem...
Deixo aí a linda mensagem, para que ela sirva de exemplo à todos que abraçaram a nossa luta. E também deixo o meu abraço e o meu carinho a todos os ‘Grandes Guerreiros Professores’ que persistiram enquanto muitos retrocederam ou nem ‘embarcaram’ nessa batalha linda que nos uniu infinitamente e criou laços fortíssimos de amizade. A vocês todos, meus queridos colegas de trabalho e amigos, minhas reverências!
‘A História tem demonstrado que os mais notáveis vencedores normalmente encontraram obstáculos dolorosos antes de triunfarem. Eles venceram porque se recusaram a se tornarem desencorajados por suas derrotas.’ (B. C. Forbes)
BjOo grande, linda vida sempre...
Paz... sempre Paz...
Profª Jeana Andréa
Oi Jeana, fiquei surpreso e agradecido por encontrar este texto em seu blog, obrigado pela carinhosa lembrança, espero que estas linhas sirvam de reflexão sobre a nossa verdadeira missão enquanto profissionais da educação...mmostrando assim para os nossos pseudo governantes que estamos acima de salários, status, acertos políticos e cargos...
ResponderExcluirabraços,
Angelo de Souza.
Oi Angelo... que legal vc por aqui...
ResponderExcluirA criação e o criador... rsrsrsrs
Com certeza, meu querido... elas serviram e servirão sempre de reflexão a despeito de nossa verdadeira missão. Estamos a cima disso tudo que tu enumerou. Show de texto, tocou-me a alma e me emocionou.
Legal mesmo vc por aqui. Parabéns, sucesso sempre... Que bom termos poetas em nosso meio, esses são os verdadeiros professores, os verdadeiros ENTREGADORES DE FLORES...
BjOo, linda vida sempre
OLÁ QUERIDA AMEI O TEXTO COLOQUEI NO MEU BLOG
ResponderExcluirADMIRO MUITO O VOSSO TRABALHO DE PROFESSORES
UM FORTE ABRAÇO EMILIA
Oi Jeana eu de novo..rsrss
ResponderExcluirno texto talvez pela pressa de mandar cortei uma pequena mas importante parte, que segue logo abaixo da frase: "autor de tão maravilhosa obra..."
Bjos. Angelo.
E isso continuou acontecendo por muitos e muitos anos...
Até que um dia, pouco antes da primavera ir embora, encontraram um morador do hospício da vila(local para acabar com os diferentes), morto,no meio do mato, e ao seu lado um velho saco desbotado com um leve aroma de flores.
Calcularam que era algum velho ladrão...
Haaaaa, que bom Emília... Essas preciosidades, devem sim ser compartilhadas e conhecidas mundo afora.
ResponderExcluirBjOo amiga além mar! Linda vida sempreeeee...
Não tem crise Angelo... ja ja ajeito lá... rsrsrsrs
ResponderExcluirLindo e tocante esse texto.
BjOo grande, gratidão